8 de junho de 2009

Individualidades

Já que escrevi sobre Europa e Ásia, tenho que tratar de América do Sul também, não é?
O Brasil ganhou de 4 a 0 do Uruguai em Montevidéu e espantou o fantasma do estádio Centenário. Dunga gênio, time ideal, seremos hexa!! Calma, calma, calma... muita calma nessa hora...

Vamos aos principais fatores que levaram a essa goleada:
- o Uruguai é muito fraco
- o Brasil é muito forte
Individualmente falando, é isso.

Júlio César é o melhor goleiro do mundo - e está pegando muito faz pelo menos uns 4 anos (sim, ele já seria meu goleiro titular em 2006).

Daniel Alves vive uma fase excelente, principalmente quando ataca, algo que faz com liberdade quase total no Barcelona.

Lúcio e Juan, além de competentes, estão entrosados com a sequência de jogos pela seleção (há quanto tempo não tínhamos uma dupla de titulares fixa e incontestável como essa?)

Kaká é tecnicamente o melhor jogador do mundo, mesmo que não passe por uma fase tão inspirada como Messi e Cristiano Ronaldo. E nem precisa jogar tudo que sabe para ser decisivo - vinha sendo assim no Milan e se repetiu na seleção brasileira. O nosso camisa 10 não só faz jogar como facilita o jogo dos demais.

Robinho é imprevisível para o mal (máááááscara!) e para o bem - quando quer, desconcerta qualquer zagueiro, e isso desde os tempos da pedalada em Rogério.

Luís Fabiano comprou a camisa 9 com gols e não cansa de repeti-los. É um matador nato. Sobrou para ele, em condição de bater, é caixa. A bomba contra o Uruguai foi o típico gol de matador.

Os demais se esforçam - e, às vezes, rendem boas partidas, como aconteceu com Gilberto Silva em Montevidéu e Felipe Melo em Porto Alegre, um jogo antes, contra o Peru.

O Brasil pode seguir superando os adversários assim, na individualidade. Ganhando quando um estiver inspirado. Goleando quando vários estiverem. Já era assim com Carlos Alberto Parreira.

O desafio é escolher os caras certos, que vivem o momento certo. Na última Copa do Mundo, por exemplo, o técnico não soube aproveitar a boa fase e a inspiração de Cicinho, Robinho e Juninho, gigantes no diminutivo.

Além disso, não basta apenas escalar. É preciso dar liberdade a quem sabe e criar um mínimo de padrão para lidar com outras seleções que também tenham seus fatores de desequilíbrio.

A Copa das Confederações vai ser boa pra isso. Vamos encarar duas seleções que atualmente podem jogar de igual para igual com o Brasil. Vai ser gostoso enfrentar Itália e Espanha - esta espero que na final, mas sinto que será já na semifinal após uma derrota para os campeões do mundo na primeira fase.

Esqueçam o Paraguai. O teste de verdade para Dunga será na África do Sul. E se o técnico for reprovado?? É a deixa que muitos esperam para tirá-lo do cargo. Não sei se ainda é possível, mas um fracasso faria com que ele ficasse pelo menos balançando... até a prova de fogo contra a Argentina.

Eu não escondo de ninguém que não gosto de Dunga como treinador, embora o admire como líder, como guerreiro. Prefiro outro comandante na missão Copa do Mundo e costumo torcer contra a seleção por isso. Mas já temo que o talento indiscutível de nossos jogadores garanta o emprego do treinador até 2010.

Nenhum comentário: