16 de junho de 2009

Dunga pode acabar em Joel

Começou a Copa das Confederações. Não fui para a África do Sul, mas estou trabalhando tanto que é como se eu estivesse lá. Na verdade, bem pior. Estou vivendo a competição sem conhecer as belezas do país, sem conhecer os estádios, sem ver os belos jogos de perto, só na telinha HD da Band. Como é incrível a alta definição!!

Queria ter escrito sobre o torneio antes dele começar, dar uma de profeta. Comentar agora, depois que os times já entraram em campo parece fácil demais.

E o pior é que grande parte das minhas impressões se fez verdade: a Espanha sobrando no Grupo A, a Itália sempre eficiente mesmo sem encantar e o Brasil dependendo do talento individual de cada jogador, ou seja, um enorme ponto de interrogação.

Não sei se estou misturando análise com torcida, mas o Brasil corre um sério risco de levar três porradas seguidas e dar de cara com a realidade.

Porrada 1: Itália

Provavelmente a seleção brasileira vai chegar ao jogo contra a Itália para decidir o primeiro lugar, talvez até dependendo da vitória. E contra os campeões do mundo não será tão fácil marcar gol. Se Júlio César hoje é o melhor goleiro do mundo, Buffon está pelo menos entre os três e têm à sua frente o sistema defensivo mais bem armado.

Além disso, Pirlo, De Rossi, Gilardino, Ton
i e Rossi são bem mais perigosos que Aboutrika, Zidan e cia. Não será surpresa alguma se o Brasil for derrotado e ficar com o segundo lugar do grupo.

Porrada 2: Espanha

Se passar em segundo lugar, a equipe de Dunga vai dar de cara com a embalada Espanha, que não perde a liderança do Grupo A nem se a FIFA der 4 pênaltis de presente para cada adversário, como deu ao Brasil diante do Egito pelo ponto do árbitro Howard Webb (nada me tira da cabeça que o inglês foi avisado por imagens de TV).

O fato é que num duelo Brasil x Espanha, tudo pode acontecer. Goleada brasileira, empate sofrido e decisão por pênaltis ou até uma boa vitória espanhola. Aposto na última hipótese e confesso que torço por ela.

A Fúria tem dois atacantes tão bons quanto os do Brasil, mas leva vantagem na habilidade do meio-campo, não pela disponibilidade, mas pelas opções de cada treinador. Com Xavi, Fábregas, Xabi Alonso, e agora Riera, os espanhóis têm uma variedade de opções ofensivas que a seleção amarelinha não dispõe.

E na defesa são duas equipes que se assemelham, ambas apostando principalmente na boa performance de seus goleiros.

Porrada 3: África do Sul

Esta tem tudo para ser a mais dolorosa. Eliminada pela Espanha na semifinal, a seleção de Dunga ainda tem que permanecer na África para disputar o terceiro lugar.

E o pior: se nada correr fora do normal, tem tudo para ser contra os donos da casa, afinal, mesmo empatando na estréia, a África do Sul é favorita à segunda posição do Grupo A, e não tem forças para eliminar a Itália na hipótese que estamos criando.

Imagine a seleção sul-africana super motivada pela chance de enfrentar o poderoso Brasil, diante de sua torcida, uma festa enorme nas arquibancadas. Imagine o ânimo dos brasileiros para disputar um terceiro lugar depois de serem desmoralizados perante Itália e Espanha.

É o jogo da glória de Joel Santana. Um nó tático em Dunga. Uma festa incrível no gramado. A prova para todo o Brasil de que ele não é só uma figura folclórica de prancheta na mão.

São só hipóteses, mas que correm sério risco de se tornar realidade.

Um comentário:

Karan Novas disse...

Se acontecer tudo isso, já que é tudo baseado em hipóteses bem convincentes, o Dunga cai? Posso torcer?