13 de junho de 2009

Cristiano Ronaldo. Ele pode.


Fantástico. É o que respondo cada vez que me perguntam sobre a contratação de Cristiano Ronaldo pelo Real Madrid, por 94 milhões de euros.

E as minhas justificativas vão na contramão do que pensam muitos colegas jornalistas e torcedores de futebol.

Gosto desta movimentação, gosto da formação de dream teams, gosto do poder do dinheiro fazendo a diferença, do futebol movendo grandes quantias, sendo notícia.

É a marca do capitalismo que rege o mundo e do qual não podemos fugir, para tristeza dos chatos socialistas que pregam a divisão equalitária e todo aquele blá, blá, blá...

Além disso, sou fã confesso de Cristiano Ronaldo. Gosto dele como gostava de Edmundo, justamente pelo jeito marrento, por se achar o melhor do mundo, porque de fato ele é parte deste grupo.

Ele pode. Costumo comparar o comportamento do lusitano com o daquelas mulheres lindas que, por serem detentoras de uma beleza descomunal, empinam o nariz e ignoram o resto do universo. “Muito metida”, dizem uns. “Ela pode”, respondo eu.


Kaká x Cristiano Ronaldo

Sugiro uma rotação em 45 graus do sinal acima. Os dois não vão duelar, vão somar e juntos podem produzir jogadas inacreditáveis.

Aproveitando a comparação já feita neste texto, eu diria que Cristiano Ronaldo e Kaká vão formar uma dupla como a de Edmundo e Evair no Palmeiras. Personalidades antagônicas, estilos de jogo que se encaixam.

Também não acredito que possa haver uma guerra de vaidades, até porque o ego de Kaká é muito bem resolvido.

Vou além: a contratação de Cristiano Ronaldo foi ótima para o craque brasileiro, que pode desfilar seu futebol mais à vontade, deixando os holofotes para o ídolo português.

Onde isso vai parar?

A pergunta que fica no ar é: qual será a próxima contratação surpreendente de Florentino Pérez? O presidente madridista já arrebatou dois dos três maiores astros do futebol mundial na atualidade.

Falta um. Mas este seria o golpe mais ousado da história do esporte bretão, digno de estátua para o dirigente na capital espanhol, não só no clube. A idéia de ver Messi trocando o azul-grená do Barça pelo branco do Real Madrid é surreal, com todos os trocadilhos possíveis da palavra.

Não vai acontecer. Pelo menos é o que prefiro acreditar.

A partir daí, surge uma gama de possibilidades. Para abalar novamente o mercado, Pérez precisa pensar em Ibrahimovic, Drogba, Lampard ou Eto’o (foto), passando a perna no rival se for este o grande objetivo. O ex-atleticano Fernando Torres também seria um golpe de mestre do dinheiro no romantismo.

Porém, parece que Florentino tomou um pouco de juízo neste tempo fora do comando e não está pensando apenas em marketing. Daí surgem nomes como o lateral brasileiro Maicon (foto), o zagueiro Vidic, do Manchester United, e o atacante David Villa, que já é o terceiro maior artilheiro da história da seleção espanhola, mas está longe de ser um fenômeno midiático.

Camisa

Aproveitando a deixa da coluna anterior sobre a camisa de Kaká, Cristiano Ronaldo já tem numeração para o novo clube. Vai usar a 9, já que sua adorada 7 está ocupada por ninguém menos que Raul Madrid. Este, pelo visto, resiste ao poder dos milhões. É um intocável.

Um comentário:

Karan Novas disse...

Cristiano Ronaldo é um pobre diabo, apesar de não mais pobre, por questões óbvias, e não mais diabo, por deixar o Red Devils. Sua marra vai além da parte gloriosa, como um Ibrahimovic - que se diverte com a bola nos pés -, chegando a um ar de superioridade que vai além dos campos, quase passivel de ser considerado um "mau caratismo". Ele é do tipo invejoso, que corre o risco de não se dar bem ao lado de um galático "à moda antiga" como Kaká, por puro ego, como foi citado. Se o brasileiro tem essa questão tirada de letra, o português é bem grosseiro com essa bola nos pés.